Um dia se encheu de esperança. Tinha um tempo que não o via... e seu chamado lhe pareceu algo novo. Um fio de cabelo para se segurar diante daquele penhasco que era a ausência dele. Tomou seu banho, colocou seu melhor perfume e seguiu o caminho que lhe parecia trazer de volta seu raio de sol. Naquela noite nada impediria o reencontro tão esperado. Nem a forte chuva, nem o trânsito caótico seriam capazes de impedi-la chegar.
Chegou animada. Realmente acreditava numa reaproximação, afinal qual o motivo que faria com que ele ficasse animado ao telefone? Em seus mais íntimos pensamentos sentiu que ele sentia falta dela, assim como ela sentia dele. Entrou no prédio. Tocou a campainha. A espera na porta lhe pareceu uma eternidade. Mas quando a porta se abriu, era ele. Seu coração bateu acelerado e teve a esperança de que um beijo apaixonado ganharia. Enganou-se. Ganhou apenas um beijo no rosto e um abraço.
Com esse cenário todo ficou paralisada e não conseguia entender os motivos que fariam com que fosse tratada tão friamente por ele. Foi nesta hora que percebeu que todas as suas esperanças de uma reaproximação estavam fadadas ao fracasso. Foi exatamente naquele momento que se sentiu como em diversos outros momentos em que não se sentiu querida.
Pegou suas coisas e saiu. Ele até que foi atrás. Neste momento ela ainda teve uma esperança de que seus lábios encontrariam os dele, mas novamente o engano fez-se presente. Ganhou um outro abraço, um beijo no pescoço e ainda ouviu: “Você está muito cheirosa”. Neste mesmo momento o elevador chega e ela só consegue dizer com a voz embargada: “Sinto muito sua falta”. As portas do elevador se fecharam, assim como a esperança que possuía...
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