sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Conto - A mesma coisa, sempre...

Um dia, quando olhou para seu interior.... viu-se só.
Sua vida toda passou pela sua cabeça como um filme antigo e percebeu que tudo o que restava dela era o sépia dos filmes dessa época, o desbotado.

Pensou em tudo o que fez e viu que nada foi suficiente para ele. Queria mais, não queria ser apenas mais um. A idade avançada não lhe permitia mais mudanças bruscas em seu modo de ser, pelo menos em sua cabeça. Não percebia que tudo se ajeitaria, de uma forma ou de outra, e que as mudanças começam a partir dele mesmo.

Lembrou que tudo poderia ser diferente, se quando mais jovem, tivesse aceitado uma oferta de emprego. Não foi por besteira, por medo, ou sei lá o motivo. O importante é que não foi.

A solidão era sua companheira. Não assumiu nenhum compromisso importante, pois não se achava em condições de dar felicidade a alguém.

Depois de perceber que tudo o que aconteceu em sua vida foi única e exclusivamente culpa sua, se deprimiu. Sentou-se com aquele roupão surrado em seu sofá já rasgado pelo tempo, pegou uma xícara de café e foi ler seu jornal, como fazia todos os dias.


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Frase do dia: "O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim" (Charles Chaplin)

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